CBF veta camisa vermelha da Seleção e mantém identidade com cores da bandeira, diz presidente Samir Xaud

Reprodução/CBF

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) decidiu vetar a produção de uma camisa vermelha para a Seleção Brasileira Masculina. A decisão foi confirmada pelo presidente da entidade, Samir Xaud, que afirmou ter interrompido a fabricação do uniforme após uma reunião de urgência com representantes da fornecedora oficial de material esportivo, a Nike.

A ideia de lançar um terceiro uniforme na cor vermelha havia ganhado força nos bastidores da CBF e da Nike desde abril, como parte da estratégia para a Copa do Mundo de 2026. No entanto, a iniciativa gerou polêmica nas redes sociais, com críticas que associavam a cor a posicionamentos políticos, especialmente por conta da vinculação simbólica entre o vermelho e partidos de esquerda no Brasil. A tradicional camisa amarela, por sua vez, tem sido identificada por parte da população como um símbolo de pautas conservadoras e da direita.

Apesar da conotação política atribuída ao novo uniforme, Samir Xaud afirmou que a motivação do veto não tem relação com ideologias partidárias.

“Fui totalmente contra o vermelho, mas não por ideologia política. Foi pelo patriotismo que tenho pela bandeira. Azul, amarelo, verde e branco são as cores da nossa bandeira e são as cores que têm que ser seguidas”, justificou o presidente da CBF, que assumiu o cargo em maio deste ano.

De acordo com Xaud, o pedido para interromper a produção foi atendido imediatamente pela Nike, que já iniciou os trabalhos para a confecção do segundo uniforme da Seleção, tradicionalmente na cor azul.

“Expliquei a eles o motivo e começaram logo na sequência a produção do nosso uniforme dois, azul. Está bonito para caramba”, declarou o dirigente.

O símbolo da CBF não possui a cor vermelha, e esse foi um dos argumentos usados por Xaud para justificar o veto. Ele reforçou que a preservação da identidade visual e das cores nacionais é fundamental para a representatividade da Seleção em campo.

Histórico das cores da Seleção

Desde a década de 1950, após a derrota no Maracanazo (1950), o Brasil passou a adotar o uniforme canarinho, amarelo com detalhes verdes, como sua principal identidade. As cores fazem referência direta à bandeira nacional. Ao longo da história, a CBF já lançou uniformes alternativos em outras cores, como branco (usado originalmente) e preto (em ocasiões pontuais), mas a ideia de um uniforme vermelho sempre encontrou resistência por seu forte simbolismo político no país.

Com a decisão, a CBF mantém a coerência com a identidade tradicional da Seleção, afastando debates ideológicos e reforçando os vínculos com os símbolos nacionais às vésperas da preparação para a Copa do Mundo de 2026.