Polícia Civil forma comissão especial e intensifica investigação sobre morte de esteticista em clínica de reabilitação

Reprodução/Rede Sociais

A Polícia Civil de Alagoas anunciou nesta terça-feira (19) a constituição de uma comissão composta por três delegadas para conduzir as investigações sobre a morte de Cláudia Pollyanne Farias de Sant’Anna, esteticista de 41 anos que faleceu em uma clínica de reabilitação para dependentes químicos em Marechal Deodoro, na região metropolitana de Maceió, no dia 8 de agosto. A comissão, liderada pelas delegadas Ana Luiza Nogueira (coordenação das DEAMs), Liana Franca (titular do 17º DP de Marechal Deodoro) e Maria Eduarda (Diretoria de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado, Dracco), se reuniu com o delegado-geral Gustavo Xavier e com o diretor da Dracco, delegado Igor Diego, além do advogado representante do grupo de apoio à família, Napoleão Lima Júnior, para definir os próximos passos da apuração.

Família e amigos cobram rapidez nas investigações

O corpo de Cláudia, conhecida como “Polly” entre familiares e amigos, foi sepultado no dia 12 de agosto em Maceió sob forte comoção. Amigos realizaram um protesto em que questionaram o suposto funcionamento irregular da clínica e exigiram respostas das autoridades sobre as circunstâncias da morte. Afirmaram que Cláudia chegou ao atendimento médico já falecida e apresentando hematomas, incluindo olho roxo, e cobraram exames complementares para apurar a causa do óbito.

Denúncias apontam que a clínica terapêutica “Luz e Vida” operava sem licença, sem fiscalização de órgãos como CRM, Vigilância Sanitária e Corpo de Bombeiros. A unidade era alvo de questões como superlotação, alimentação precária e relatos de maus-tratos, conforme narrado por ex-internos. Amigos relataram ainda que Cláudia permaneceu internada por mais de um ano, período considerado incompatível com tratamento padrão.

Além da comissão policial, a Prefeitura de Marechal Deodoro informou estar conduzindo inspeção na clínica para subsidiar as investigações.

Em diligência recente, a Polícia Militar resgatou uma adolescente de 16 anos da clínica, onde estaria sendo mantida em cárcere e sem comunicação com a família. Segundo relatos de uma ex-paciente, ela teria presenciado abusos sexuais, espancamentos e enforcamentos na unidade, além de suposta violência sistemática por parte do proprietário, identificado como Maurício Anchieta.

Prisão preventiva e rigor no processo

A dona da clínica, identificada como Jessica Conceição, teve sua prisão em flagrante convertida em preventiva após audiência de custódia, por entender a Justiça que há risco à ordem pública e possibilidade de reiteração de práticas graves. O juiz responsável destacou que o modus operandi apontava atos habituais e perversão continuada de direitos.

O caso segue em investigação pela Polícia Civil, com auxílio da Prefeitura, do MP e da sociedade civil, enquanto aguardam-se respostas definitivas sobre o que ocorreu na clínica “Luz e Vida” e as circunstâncias que culminaram na trágica morte de Cláudia Pollyanne.