Unoeste é acusada de falsificar assinatura de estudante e enfrenta denúncias sobre condições abusivas no internato de Medicina

A Universidade do Oeste Paulista (Unoeste), instituição privada com campus no município de Guarujá, litoral de São Paulo, está no centro de graves acusações que envolvem falsidade ideológica e denúncias de condições abusivas impostas a estudantes de Medicina durante o internato. As denúncias vieram à tona após o estudante Roberto Fakhoure, de 43 anos, relatar ter tido sua assinatura falsificada em uma ata oficial da universidade. O caso gerou repercussão entre outros alunos, que também passaram a relatar irregularidades.
Falsificação de assinatura
Segundo Fakhoure, a falsificação ocorreu em um documento relacionado à reprovação em uma disciplina cursada em 2023. O estudante afirma que, após discordar da nota recebida, procurou o conselho do campus principal da Unoeste, no interior de São Paulo, para recorrer. No entanto, foi informado de que não poderia apresentar recurso, já que, de acordo com a universidade, ele havia concordado com a reprovação — o que foi registrado em uma ata assinada supostamente por ele.
Fakhoure, no entanto, nega ter assinado qualquer documento que demonstrasse concordância com a decisão. O estudante afirma que participou da reunião em questão, mas jamais autorizou ou validou o conteúdo registrado. Ele alega que só teve acesso à ata no final de 2024, quando notou que a assinatura no documento não era sua. Uma perícia técnica particular, contratada em 2025, teria comprovado a falsificação.
O caso foi registrado na Polícia Civil como falsidade ideológica. Fakhoure, representado pelo advogado Michael de Jesus, pretende entrar com uma ação judicial contra a Unoeste. Por conta da reprovação, o estudante foi impedido de participar da colação de grau junto com sua turma neste mês de junho.
O advogado desconfia que a falsificação possa ter sido uma estratégia para evitar que Fakhoure recorresse à reitoria do campus sede, onde poderia denunciar as más condições vividas pelos estudantes no internato do curso de Medicina em Guarujá.
Denúncias sobre o internato
Além da acusação de falsidade, a Unoeste também enfrenta denúncias sérias relacionadas ao estágio obrigatório dos estudantes de Medicina — conhecido como internato — realizado em parceria com o Hospital Santo Amaro, também localizado em Guarujá.
Dois alunos, que pediram para não serem identificados, relataram ao portal g1 que enfrentam plantões abusivos de até 24 horas seguidas, sem estrutura mínima para descanso. De acordo com os relatos, em várias ocasiões, os estudantes foram obrigados a dormir no chão por falta de local adequado para repouso.
"A gente foi obrigado a dormir no chão, entre outras coisas erradas que a gente via dentro do hospital e tinha que compactuar", contou um dos universitários.
Outro estudante afirmou que a carga horária semanal ultrapassa 60 horas e que até os horários de almoço dos alunos são alvos de críticas por parte dos orientadores do internato. Ele também relatou uma gestão autoritária e instável dentro da instituição.
"Eles usam alguns alunos, como o Roberto, como exemplo, nos mostrando que coisas pequenas podem gerar grandes punições, fazendo com que alunos trabalhem sob pressão diante de uma extensa carga horária e ainda tenham medo de pequenos momentos de descanso", desabafou.
Posicionamento da Unoeste
Em nota enviada à imprensa, a Unoeste afirmou que as acusações não refletem a realidade do curso de Medicina e declarou que o campus Guarujá possui nota máxima na avaliação do Ministério da Educação (MEC). A universidade também garantiu que o internato é realizado em unidades de referência e que preza pelo bem-estar dos alunos.
Sobre a denúncia de falsificação, a Unoeste informou que está apurando os fatos internamente e destacou que “não compactua com qualquer prática que viole a ética acadêmica”.
O que diz o Hospital Santo Amaro?
O Hospital Santo Amaro, parceiro da Unoeste no estágio dos alunos, também se manifestou. Em nota, disse que mantém compromisso com a qualidade do ambiente de trabalho e descanso de médicos e estudantes. A direção do hospital afirmou ainda que mantém diálogo aberto com a universidade para garantir que sugestões e necessidades dos alunos sejam consideradas.
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