A Polícia Civil do Rio Grande do Norte investiga um caso brutal de violência contra a mulher ocorrido no último sábado (26), por volta das 16h, em um condomínio no bairro de Ponta Negra, Zona Sul de Natal. Igor Eduardo Pereira Cabral, de 29 anos, foi preso em flagrante após agredir violentamente a namorada, de 35 anos, com dezenas de socos dentro de um elevador. Imagens das câmeras de segurança mostram que a mulher foi atingida mais de 60 vezes no rosto.

A vítima sofreu múltiplas fraturas na face e no maxilar e será submetida a uma cirurgia para reconstrução dos ossos da face ainda esta semana, segundo a advogada Caroline Mafra, que representa a mulher. Ela também destacou os impactos psicológicos da agressão, classificada como tentativa de feminicídio pela polícia.

A agressão, segundo testemunhas, foi motivada por uma crise de ciúmes do agressor. As imagens mostram o momento em que, após discussão, a porta do elevador se fecha e Igor começa a golpear a vítima repetidamente, até que ela fica com o rosto coberto de sangue. O crime foi interrompido após o segurança do condomínio, que monitorava as câmeras, acionar a Polícia Militar. Igor foi contido por moradores ao sair do elevador e preso logo em seguida.

Durante a audiência de custódia, a Justiça determinou a prisão preventiva do agressor. Ele responderá à Justiça por tentativa de feminicídio.

Histórico de violência e perfil do agressor

Natural de Natal, Igor Cabral é estudante de Ciências Contábeis e ex-jogador de basquete. Em 2014, participou de competições amadoras e representou o Brasil nos Jogos Olímpicos da Juventude, em Nanjing, na China, pela categoria 3x3. Ele jogou por equipes do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Norte, mas nunca chegou a integrar a Seleção Brasileira oficialmente, segundo a Confederação Brasileira de Basquete.

Apesar de alegar, em depoimento, que sofre de claustrofobia e que nunca foi preso ou processado, Igor já esteve envolvido em outras situações violentas. A polícia encontrou boletins de ocorrência em que o nome dele aparece em brigas anteriores, incluindo uma troca de agressões com amigos dentro de uma casa em Caicó, interior do estado.

A delegada Victória Lisboa, da Delegacia da Mulher, afirmou que a vítima nunca havia registrado queixas ou pedido medida protetiva contra o agressor, mas que novas apurações sobre possíveis episódios anteriores de violência estão em andamento. “A vítima estava com o rosto completamente desfigurado. A situação é gravíssima. Claustrofobia, se for o caso, jamais justificaria tamanha violência”, declarou a delegada.

Cirurgia e recuperação

A vítima permanece internada no Hospital Walfredo Gurgel. A equipe médica confirmou a gravidade das lesões faciais e a necessidade de cirurgia para reconstrução óssea. Ainda não há previsão oficial para a alta hospitalar.