MP pede transferência de julgamento de feminicida que matou Mônica Barros em São José da Tapera

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O Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL) solicitou o desaforamento do julgamento de Leandro Pinheiro Barros, acusado e confesso do assassinato de Mônica Cristina Alves Barros, de 26 anos. O pedido, feito pela Promotoria de Justiça de São José da Tapera, busca transferir o júri para outra comarca, a fim de garantir a imparcialidade dos jurados.

Segundo o promotor Fábio Nunes, a medida visa prevenir influências externas e proteger a lisura do processo, considerando o impacto do caso na cidade. “Diante da grande repercussão do crime e do vasto ciclo de amizades do réu no município, o Ministério Público entendeu que havia fundadas suspeitas de que os jurados locais poderiam não agir com imparcialidade”, explicou.

Outro fator que fortalece o pedido é o histórico criminal de familiares do acusado, que, segundo o MP, pode interferir no julgamento. Leandro foi preso 10 meses após o crime, na Bolívia, após fugir do país. Ele é réu confesso e admitiu ter matado Mônica por ciúmes, após um desentendimento ocorrido após uma festa.

Mônica, que sofria agressões físicas e psicológicas, chegou a gravar um vídeo horas antes de ser assassinada, em que aparecia assustada e afirmava que, caso fosse encontrada morta, o responsável seria o próprio companheiro. O corpo dela foi abandonado em frente ao Fórum de São José da Tapera, um gesto que chocou a população local.

Leandro responde por homicídio triplamente qualificado: por motivo torpe, uso de meio que dificultou a defesa da vítima, e por se tratar de um feminicídio cometido no contexto de violência doméstica, conforme os artigos 121, §2º, incisos I, IV e VI, c/c §2º-A do Código Penal. O MPAL denunciou o réu ainda antes da prisão, pedindo a decretação da prisão preventiva.