1 em cada 4 brasileiros é evangélico; percentual é maior entre os mais jovens

O Brasil vive uma transformação significativa em seu perfil religioso. De acordo com dados recentes de pesquisas demográficas e institutos de opinião, aproximadamente 1 em cada 4 brasileiros se declara evangélico. O crescimento é especialmente expressivo entre os jovens, o que indica uma mudança cultural e de comportamento nas novas gerações.

O avanço do segmento evangélico vem se consolidando há décadas. Se nos anos 1980 os evangélicos representavam cerca de 6% da população brasileira, hoje esse número ultrapassa 25%, ou seja, mais de 50 milhões de pessoas em todo o país. Entre os jovens de 16 a 24 anos, esse percentual chega a mais de 30%, superando pela primeira vez a presença proporcional registrada entre os mais velhos.

Especialistas apontam diversos fatores para explicar essa mudança: maior capilaridade das igrejas evangélicas em comunidades periféricas, uso estratégico das redes sociais, linguagem acessível, além de um forte senso de comunidade e pertencimento. A presença de líderes religiosos com forte influência na política e na mídia também tem contribuído para esse crescimento.

Enquanto o número de católicos diminui gradativamente, o movimento evangélico – especialmente de igrejas pentecostais e neopentecostais – se expande em todas as regiões do país, com destaque para o Norte e o Centro-Oeste. Em algumas capitais, como Goiânia, Belém e Manaus, os evangélicos já ultrapassam os católicos em participação relativa.

Pesquisadores alertam que essa mudança não é apenas religiosa, mas cultural. O avanço do segmento evangélico impacta diretamente áreas como a música, a política, a educação, o comportamento e até o consumo. A juventude evangélica tem se mostrado ativa, engajada e cada vez mais influente na formação da opinião pública brasileira.

Embora o Brasil ainda seja considerado o maior país católico do mundo em números absolutos, o crescimento evangélico mostra um futuro religioso cada vez mais diversificado. A expectativa é que, mantido o ritmo atual, os evangélicos se tornem o maior grupo religioso do Brasil nas próximas décadas.