Secretário de Defesa dos EUA causa polêmica ao divulgar vídeo contra direito de voto das mulheres

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O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, está no centro de uma intensa controvérsia após compartilhar em suas redes sociais um vídeo que rapidamente viralizou. O conteúdo mostra dois pastores defendendo publicamente que mulheres não deveriam ter direito ao voto. A gravação, originalmente transmitida por uma rede de TV americana, ganhou ainda mais repercussão pelo fato de os líderes religiosos integrarem a igreja frequentada por Hegseth.

No vídeo, um dos pastores afirma que o direito de votar deveria ser restrito ao chamado “chefe do lar”, função que, segundo ele, caberia geralmente ao marido. Já o outro pastor, Doug Wilson, sustenta que mulheres não devem exercer cargos de liderança em igrejas nem atuar em funções de combate nas Forças Armadas.

A postagem de Hegseth, acompanhada da legenda “todo Cristo para toda a vida”, foi interpretada por diversos setores como uma demonstração de apoio às declarações dos pastores. A reação foi imediata, com líderes protestantes progressistas, especialistas e organizações civis criticando o conteúdo, que classificaram como retrógrado e representativo de uma minoria radical de cristãos.

O Pentágono confirmou que Hegseth é membro da igreja de um dos pastores e que valoriza seus ensinamentos. As declarações provocaram repúdio de entidades de direitos humanos e políticos do Partido Democrata, que consideram a posição dos pastores uma ameaça grave aos direitos fundamentais das mulheres e um retrocesso em relação às conquistas democráticas do país.

A polêmica também gerou divisões internas no Partido Republicano. Enquanto alas moderadas tentam se distanciar do episódio, grupos mais radicais minimizam seu impacto. Analistas alertam que o caso pode prejudicar a imagem do Pentágono e gerar questionamentos sobre os valores que orientam os altos cargos do governo.

O episódio colocou pressão sobre a Casa Branca, e cresce a expectativa por um posicionamento oficial. Muitos aguardam um comentário do presidente Donald Trump, que ainda não se pronunciou publicamente sobre o assunto.