Eleições regionais na Venezuela: oposição convoca boicote enquanto governo intensifica campanha

Redação

Venezuela realiza eleições regionais em meio a apelo de boicote da oposição

Quase um ano após um pleito presidencial ainda sem resolução definitiva, os venezuelanos voltam às urnas neste domingo (25) para eleições regionais e renovação dos Parlamentos locais. O confronto entre o governo de Nicolás Maduro e a oposição, liderada por María Corina Machado, volta a marcar a disputa, mas agora com estratégias diferentes: enquanto o governo faz campanha intensa nas ruas, a oposição convoca a população ao boicote.

Neste pleito, serão eleitos deputados estaduais, 285 deputados federais e todos os 24 governadores do país, incluindo pela primeira vez o governador da região do Essequibo, território disputado pela Venezuela e pela Guiana.

Uma pesquisa nacional recente indica baixa disposição do eleitorado em comparecer às urnas, com apenas 15,9% dos entrevistados afirmando alta probabilidade de votar. Entre esses, 74,2% dizem apoiar candidatos do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) e aliados, enquanto 13,8% apoiam candidatos de dois líderes oposicionistas que decidiram disputar a eleição, contrariando o apelo de Machado.

María Corina Machado e seus aliados promovem o boicote com a justificativa de que votar seria legitimar uma “ditadura mascarada de democracia”. O governo, por sua vez, intensificou a campanha, inclusive lançando o filho do presidente Maduro, Nicolás Maduro Guerra, como candidato a deputado na capital Caracas.

Essas eleições são as primeiras desde a polêmica eleição presidencial do ano passado, em que Nicolás Maduro alegou vitória, apesar de acusações e evidências de fraude e contestação internacional.

O desfecho do pleito deste domingo será decisivo para o futuro político da Venezuela, em um cenário marcado por forte polarização e crise política que perdura.