Renan Calheiros amplia base política ao acolher prefeitos rompidos com antigos aliados

Reprodução/Agência Brasil

O senador Renan Calheiros (MDB) tem reforçado sua presença política no interior de Alagoas ao se aproximar de prefeitos que romperam com antigos grupos. A movimentação é vista por aliados como uma estratégia para consolidar influência regional e garantir sustentação política nas próximas eleições, consideradas decisivas para seu futuro político.

Um dos casos emblemáticos é o do prefeito de Rio Largo, Carlos (ex-Gonçalves), que se afastou do grupo liderado por GG. Apesar de já ter declarado apoio ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), Calheiros não hesitou em acolher o novo aliado logo no início de sua gestão, demonstrando flexibilidade e pragmatismo político.

Outro exemplo é o de Marcos Silva, prefeito do município de Messias, que rompeu com o deputado estadual Antônio Albuquerque e passou a integrar o grupo de Renan. Ambos os movimentos refletem o avanço do senador sobre territórios antes considerados de domínio de adversários políticos.

Para interlocutores próximos ao senador, chamar os gestos de traição seria simplista. O que está em jogo, afirmam, é a lógica da sobrevivência política, onde alianças são revistas conforme os cenários locais e as necessidades de manutenção no poder. A prática, inclusive, encontra respaldo em teorias clássicas da ciência política.

Renan Calheiros, que articula com intensidade sua participação no pleito de 2026, estaria apostando na construção de uma rede sólida de lideranças regionais, capaz de compensar eventuais resistências enfrentadas em setores mais polarizados ou urbanos.

“Ele compreende que a força política em Alagoas ainda nasce do interior”, comenta um aliado. “Essas articulações são o alicerce de uma candidatura forte.”

Com um olhar estratégico e atenção às movimentações nos bastidores, Renan parece determinado a manter-se como uma figura central na política alagoana — adaptando-se, se necessário, para continuar no jogo.