A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro voltou a negar, nesta quarta-feira, sua participação na chamada trama golpista investigada pela Polícia Federal. Durante o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), o advogado Celso Vilardi afirmou que “não há uma única prova” que relacione o ex-presidente aos episódios de 8 de janeiro e às chamadas operações Punhal Verde e Amarelo e Luneta. Segundo ele, o processo estaria baseado apenas em uma minuta apreendida e na delação do ex-ajudante de ordens Mauro Cid, apontado pela defesa como “inconfiável” devido a mudanças de versão em seus depoimentos.

Vilardi alegou que a defesa não teve acesso integral às provas e criticou o prazo reduzido para análise de 70 terabytes de material. Ele também afirmou que não houve tempo hábil para preparar a instrução processual.

Do outro lado, a Procuradoria-Geral da República (PGR) sustenta que Bolsonaro liderou uma tentativa de golpe de Estado. O procurador-geral Paulo Gonet afirmou que reuniões, discursos e documentos apreendidos comprovam que o ex-presidente e aliados planejaram ações contra as instituições democráticas.

Bolsonaro e outras 33 pessoas foram denunciados por golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa. O julgamento teve início na terça-feira (2) e segue com as manifestações de defesa e acusação.