A investigação sobre a morte do adolescente Gabriel Lincoln, ocorrida no dia 3 de maio em Palmeira dos Índios, revelou que três policiais militares envolvidos no caso tentaram alterar a cena do crime para justificar a ação. Segundo o inquérito concluído pela Polícia Civil, o jovem foi atingido por um disparo acidental durante uma perseguição na Avenida Vieira de Brito e não estava armado, como inicialmente alegado.

De acordo com as apurações, os militares apresentaram de forma indevida um revólver, com o intuito de fazer parecer que a vítima portava a arma no momento da abordagem. Essa conduta levou ao indiciamento dos agentes pelos crimes de homicídio culposo e fraude processual especial.

O relatório aponta que houve tentativa clara de construir uma versão de legítima defesa para justificar o disparo, o que agravou a situação dos envolvidos. Diante das conclusões da investigação, dois policiais já foram afastados de suas funções enquanto aguardam as medidas que serão tomadas pelo Ministério Público, para onde o inquérito foi remetido.

Agora caberá ao MP analisar as provas e decidir quais providências judiciais adotar, podendo oferecer denúncia formal à Justiça. O caso gerou repercussão na cidade e trouxe à tona novas discussões sobre a conduta policial em situações de confronto.