O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) protagonizou uma troca de mensagens agressivas com seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), após declarações feitas em entrevista concedida por Bolsonaro em 15 de julho. As conversas, divulgadas no relatório final da Polícia Federal, ocorreram no contexto da investigação sobre a tentativa de atrapalhar a ação da chamada trama golpista, que resultou no indiciamento de ambos nesta quarta-feira, 20.

Segundo o relatório da PF, Eduardo enviou mensagens diretas ao pai, criticando sua postura e chamando-o de "ingrato". O deputado chegou a escrever xingamentos e pediu "responsabilidade" ao ex-presidente, questionando por que se sentia rebaixado pelas declarações de Bolsonaro. Em resposta, o ex-presidente enviou áudios, que a Polícia Federal não conseguiu recuperar.

As mensagens surgiram após Eduardo se manifestar publicamente sobre a atuação do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), em relação a um aumento tarifário imposto pelos Estados Unidos, tema que motivou críticas do deputado. Nas mensagens, Eduardo ainda comparou a situação com Michel Temer (MDB), questionando se Bolsonaro trataria o ex-presidente da mesma forma.

No dia seguinte, Eduardo enviou uma nova mensagem ao pai, pedindo desculpas e afirmando que havia se exaltado. Ele também encaminhou um texto que publicaria em suas redes sociais sobre sua relação com Tarcísio de Freitas.

Em nota à imprensa, o deputado considerou “lamentável e vergonhosa” a divulgação das mensagens privadas, classificando-as como conversas normais entre pai e filho. Eduardo afirmou que a ação da Polícia Federal não visa a justiça, mas sim provocar desgaste político.